A partir do momento em que nascemos, somos tirados de uma ‘zona de conforto’ preciosa e segura e lançados em um mundo cheio de contrastes, altos e baixos, inseguranças, medos e angústias. Muito pequenos e indefesos ainda, somos arremessados em um ‘mar de emoções’ que por vezes dificilmente se acalma sem deixar seus rastros e sequelas. E ainda que possamos contar com uma família acolhedora, e por melhores que sejam nossas condições de vida, viver nessa terra passa a ser um desafio constante numa prática diária de fortalecimento interno, busca de equilíbrio em situações adversas e o exercício de uma confiança profunda em si mesmo e nas potencialidades da vida.
E seguimos assim pelos anos vindouros com uma marca muito profundamente impressa e gravada em nosso psiquismo, do quanto é fundamental aprendermos a lidar com o inesperado, com o altamente mutável e com aquilo que não temos como controlar. E sendo assim, alguns mecanismos que na Psicologia chamamos de mecanismos de defesa são inaugurados para que possamos sobreviver a ritmos muito densos que possam surgir. Esses mecanismos têm como objetivo nos proteger de forças misteriosas e intensas que nosso Eu mais profundo terá que enfrentar no dia-a-dia. Tudo isso sendo muito bem entendido sob um enfoque mais existencial e psicológico de funcionamento do ser. Mas ao lado desses mecanismos buscamos também adotar certas práticas mágico-ritualísticas que nos tragam a confiança de que estaremos seguros, sendo essas manifestações a base de todas as religiões. Mas é claro que de forma alguma o surgimento das crenças religiosas se esgota nisso. Elas vão para muito além dessa perspectiva, num sentido bastante inato que trazemos da experiência e existência do Sagrado em nosso Espírito, pois ele melhor do que ninguém sabe o quanto apesar de nossas fragilidades precisamos nos fortalecer e seguir adiante.
E é através da interface dessas duas formas de entendermos o ser humano que na minha visão se faz nosso encontro com as Artes Divinatórias: na interseção que existe entre o humano e o divino, entre o livre arbítrio e o karma, entre nossa capacidade de mudar tudo e de termos que aceitar o inaceitável. Há quase trinta anos atrás comecei a estudar o Tarot e o Baralho Cigano e desde então nunca mais meus oráculos e eu estivemos distantes um do outro. E posso dizer com toda a certeza o quanto portais incríveis de acesso ao nosso autoconhecimento eles tem proporcionado, e também o quanto de aconselhamento espiritual faz parte dessas leituras, Verdadeiras ‘viagens’ para o mais além e o mais profundo de todos nós
Fonte: academiaholistica.com.br
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